SONETO: BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE DANIIL KHARMS
Resumo
O russo Daniil Kharms (1905 – 1942), ainda pouco traduzido e estudado no Brasil, foi um dos grandes artistas da vanguarda russa do início do século XX. Transitando entre o verso, a prosa e a dramaturgia, sua obra nos traz uma estética própria e potente, marcada pelo absurdo, pelo humor perturbador, pela inquietação filosófica. Buscar uma leitura das obras de Kharms considerando seu lugar na produção artística dos vanguardistas é também buscar uma compreensão mais ampla das questões que ocupavam o pensamento não só dos artistas, mas dos teóricos naquele momento. Ali algumas fronteiras quase de todo se confundiam ou queriam de todo se dirimir – entre teoria e feitura da arte, entre arte e vida. Para uns, uma nova arte para um novo mundo. Para outros, um novo mundo para uma nova arte. Para Kharms, distender os significados, penetrar os objetos, diluir o sujeito, correr à fenda ao real. E o real, reclamado energicamente pela OBERIU (Associação para uma arte real), da qual Kharms era um dos fundadores, abria-se entre os gestos de uma arte absurdista. Este aparente paradoxo, entre outros, podem clarear-se na observação não só da noção de real em Kharms, mas das articulações possíveis entre as concepções de arte e vida, ética e estética, teoria e poética, recorrentes no pensamento vanguardista russo.
PALAVRAS-CHAVE: Daniil Kharms, Vanguarda Russa.
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