CONFLITOS POLÍTICO-SOCIAIS E DRAMAS INDIVIDUAIS QUE UNEM CAIXEIROS-VIAJANTES A OPERÁRIOS
Resumo
RESUMO:Esse trabalho se dispõe a analisar aspectos dissonantes presentes na peça A morte do caixeiro viajante, de Arthur Miller, uma subversão do sonho americano, e na peça de Gianfrancesco Guarnieri – Eles não usam black-tie, uma resistência socialista às modificações sócio-políticas impostas pelo capitalismo. Apesar de serem enunciadas em momentos históricos distintos, 1949 e 1955, e por autores que davam voz a duas sociedades distintas, elas guardam pontos de contato, como o cunho político-ideológico e o drama coletivo vivido pelos indivíduos que, de alguma forma, foram postos à margem pela sociedade capitalista. A morte do caixeiro-viajante apresenta, o real cenário enfrentado pelo cidadão americano pós- guerra: uma sociedade que observava os males do capitalismo e suas implicações severas para a degradação do meio social e da experiência individual. O plano de fundo da peça. Eles não usam black-tie é o movimento operário e o cotidiano das favelas do Rio de Janeiro na década de 50. Sob ambos os prismas é possível perceber a reificação da sociedade, na qual o valor dado às pessoas, relações, objetos e/ou instituições é proveniente do valor, sobretudo econômico, valor de troca que eles possam atingir. O desencantamento com o mundo e o não pertencimento ao sistema econômico em voga, que aponta para a dissolução dos vínculos sociais e ao isolamento do indivíduo. A dissonância se apresenta como a capacidade de Miller em enxergar a desumanidade e a fatal falência de um sistema econômico e político que se consolidara e se mostrava em franca ascendência. Em Guarnieri, jaz na introdução na dramaturgia brasileira da temática urbana, com o conflito de classes por meio de personagens críveis dotados de verossimilhança sociológica.com que WillyLoman oscile entre sanidade e insanidade; e que Otávio imponha o exílio a seu filho.
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