A APROPRIAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE: AS REVERBERAÇÕES DE BORGES E SEUS TEXTOS
Resumo
A tese analisou a função autoral em textos contemporâneos que desautorizam o autor da detenção de sentido e praticam a intertextualidade e a pós-produção como atos constitutivos da criação literária a fim de demonstrar que o conceito de autor passa a abarcar a função de autor-leitor (crítico, compilador ou pós-produtor) nas apropriações realizadas do nome e dos textos de Jorge Luís Borges. Para tanto o tema foi abordado sob dois aspectos: a presença de Jorge Luís Borges como personagens em textos alheios e a prática da reescrita por autores contemporâneos de “El Aleph” e El Hacedor do mesmo autor. O percurso teórico passou pelos conceitos de autoria, reescrita e apropriação.Fizeram parte do corpus de análise as narrativas Los Testigos (2005) de Jaime Begazo e Borges e os Orangotangos Eternos (2000) de Luis Fernando Veríssimo nas quais foi examinada a presença de Borges como personagem. Já as reescritas “El Especialista o La verdad sobre el Aleph” (2005) de Roberto Fontanarrosa, El Aleph Engordado (2009) de Pablo Katchadjian e El Hacedor (de Borges), Remake (2011) de Agustín Fernández Malloforam analisadas sob o aspecto do processo de apropriação de textos específicos borgeanos. Objetivou-se mostrar que Borges é um morto presente, que continua a atuar como autor em convivência com autores contemporâneos no universo ficcional e que seus textos-Borges continuam a reverberar em textos alheios. Concluiu-se que na contemporaneidade o conceito de autoria está ressemantizado, o autor está vivo e atuante na malha das letras, sendo mantido e alimentado pelas mitografias e pela função autoral exercida por diferentes agentes na trama narrativa.
PALAVRAS-CHAVE: Apropriação, Autoria, Intertextualidade, Pós-produção, Jorge Luís Borges.
Texto completo:
PDFApontamentos
- Não há apontamentos.