DELMIRA AGUSTINI: ENTRE ZUM FELDE E MONEGAL
Resumo
Este trabalho faz parte do meu projeto de dissertação que visa trabalhar a poeta uruguaia Delmira Agustini (1886-1914), analisando a recepção de suas poesias. Agustini se enquadra no modernismo hispano-americano. Contudo, a historiografia literária demorou a reconhecê-la e foi somente com o trabalho de Alberto Zum Felde, iniciado em 1921 (dez anos após sua morte) e reforçado em 1944, (ou seja, a partir de uma leitura vanguardista) que passou a integrar o corpus dos estudos sobre o modernismo. A partir disto, há um anacronismo, considerando que sua leitura e recepção são de fato motorizadas pela vanguarda, antes do que pela mínima recepção durante sua curta vida. Assim haveria dois momentos na recepção de Agustini, um modernista e um vanguardista. Aqui, se enfocará no segundo momento e em dois autores específicos: Alberto Zum Felde e Emir Monegal. Zum Felde diz que “lo que hay, sí, en la poesía de Delmira – y eso también aparece tan evidente como su erotismo – desde el primero al último de sus versos, es aquel profundo y poderoso elan de idealidad, aquel ansia desesperada de superación de lo humano a que nos hemos referido, y que es lo que da a su erotismo esa sublimación poética, y a su pasionalidad esa hondura metafísica.” (ZUM FELDE, 1944, p. 27). Portanto, enfatiza o caráter metafísico de Agustini. Por outro lado, Monegal diz que “esta muchacha, esta niña montevideana, esta Nena, arroja de golpe las máscaras y escribe como mujer, a partir de una vivencia sexual hondamente enraizada en el verso.” (MONEGAL, 1969, p. 44-45). Portanto, enfatiza o caráter sexual da poeta. Pretende-se aqui analisar as diferenças entre as leituras destes dois autores de Agustini.
PALAVRAS-CHAVE: Delmira Agustini,Recepção, Poesia,Alberto Zum Felde, Emir Monegal.
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