MEMÓRIA FENOMENOLÓGICA NAS PAISAGENS ITALIANAS DE GOETHE

Gabriel Alonso Guimarães

Resumo


A presente comunicação constitui a exposição das teses e da análise parcial do corpus, constantes do capítulo final da dissertação que ora se escreve. Dentro do escopo geral da pesquisa, que busca relacionar paisagem e memória na Viagem à Itália de Goethe, nossa intenção é mapear, nas descrições paisagísticas, a presença do tempo fenomenológico do olhar, do corpo e da viagem, pensando assim a memória em sua forma primária, isto é, como estrutura retentiva. Para isso, recorremos ao pensamento husserliano das Lições de 1905, de Coisa e espaço [1907] e da doutrina mereológica nas Investigações lógicas – levado adiante pela Fenomenologia da percepçãode M. Merleau-Ponty e pelos trabalhos de P.Ricoeure B. Waldenfels–, buscando relacioná-lo com a forma testemunhal da experiência de paisagem na Viagem. Nossa análise visa demonstrar os diferentes “ritmos” da vivência e de sua descrição, e a impossibilidade de separar os elementos do quadro visto e os momentos da percepção total. Tal empreitada aparenta ser novidade em meio aos estudos goethianos, tendo em vista que a paisagem é relacionada tradicionalmente, na crítica, ao tempo histórico e ao modelo pictórico, ao passo que tentamos incluir aqui também um tempo individual e um modelo geográfico de contemplação.

PALAVRAS-CHAVE: Goethe; Viagem; Itália; Paisagem; Memória.


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