TOUT EST FINI: O TEMPO EM L'INVENTION DE LA MORT, DE HUBERT AQUIN

André Luiz Vieira dos Santos

Resumo


O presente trabalho tem como objetivo apresentar aspectos levantados pela pesquisa de mestrado acerca do romance "L’invention de la mort", de Hubert Aquin. Nossa reflexão procura demonstrar como o autor manipula a linguagem para que o leitor perceba as mudanças no tempo das ações da narrativa e o impacto que cada momento possui em relação à recepção do texto. O personagem narrador, René Lallemant, escreve sua nota de suicídio, onde se observam indícios de endereçamento deste escrito a sua amante, Madeleine. Assim temos o tempo presente, o da escrita; o passado, tempo das reminiscências; e o futuro, instante da leitura do documento. Cada momento se relaciona com um gênero textual distinto – testamento, diário e carta – o que cria um efeito de presentificação (LANDOWSKI, 2002, p.166), fazendo com que o personagem mesmo após a morte continue a manipular o leitor. Desta forma, Aquin por meio de metalinguagem problematiza a questão da transmissão e recepção do texto literário. Isto é, como o enredo é contado de maneira a criar uma superposição de leitores – interno ao texto (Madeleine) e externo ao texto (nós) – em que o horizonte de expectativa destes é testado a todo momento. Uma vez que se trata de um escrito sobre a morte, dialogaremos com as reflexões de Ariès, Barthes e Hentsch. Contaremos também com as considerações de Paul Ricoeur, acerca da narração e da previsão; de Durkheim sobre o suicídio.

PALAVRAS-CHAVE: Literaturas Francófonas; Hubert Aquin; morte; suicídio; tempo.


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