REPRESENTAÇÕES DA MULHER GUINEENSE NAS OBRAS ETERNA PAIXÃO E A ÚLTIMA TRAGÉDIA, DE ABDULAI SILA

Resumo

A presente pesquisa pretende detectar e analisar os aspectos da representação da mulher guineense, observados através de duas obras do escritor Abdulai Sila: Eterna Paixão (2002) e A Última Tragédia (2006). Destacam-se nesses romances registros de transformações que ocorreram na sociedade guineense na fase colonial e pós-colonial, e que sobressaltam a batalha da autoafirmação da mulher africana da Guiné-Bissau. Vale destacar que estas personagens conciliam a herança e/ou influência da cultura portuguesa com suas raízes africanas e, assim, teríamos uma ― “nova mulher guineense”: aquela que não está presa totalmente na sua cultura ancestral porque absorveu características da cultura portuguesa, como também abandona alguns traços da sua cultura autóctone, já que estes não se encaixam na sua atual conjectura de vida. Dessa forma, como são simbolizadas as mulheres na sociedade guineense? Em que consiste os preceitos do Africana Womanism, de Cleonora Hudson-Weems? Poderíamos afirmar que as representações das personagens femininas a serem estudadas apresentam traços ideológicos do Africana Womanism? Portanto, a pretensão é tentar responder as perguntas supracitadas, tentando estabelecer relações entre representação/gênero/classe/raça. Como fundamentação teórica, esta pesquisa se baseará nos estudos de Augel (2007), no que refere ao contexto histórico e social do país. Sobre representação, nos sustentaremos nos estudos de Hall (2001) e sobre o Africana Womanism, estaremos pautados nas análises de Hudson-Weems (2012).