SEGUNDO VASCO DA GAMA, UM RETRATO DAS RAINHAS PORTUGUESAS N'OS LUSÍADAS
Resumo
Desde a segunda década do século passado, as inovações teóricas no campo das humanidades têm sido tema de debates e embates que se debruçam sobre o texto literário. É a partir dessas abordagens que os estudos sobre o feminino ganharam força e com eles, novas leituras e perspectivas de análise de textos canônicos. Dessa maneira, considera-se o pensamento do século XVI como chave de leitura em consonância com a abordagem contemporânea das representações do poder régio feminino no Canto III, d’Os Lusíadas. Para isso, o método adotado é o comparativismo entre as personagens à luz dos estudos sobre feminino de importantes autoras, como Simone de Beauvoir e Michele Perrot, afinadas com as propostas contemporâneas do tema. Destaca-se, assim, que o Canto III oferece perspectivas de leitura para além dos elementos históricos da fundação do reino português, sobretudo na exaltação dos feitos de reis e cavaleiros. Contudo, o objetivo aqui é desviar o olhar que tradicionalmente recai na luta e na glória advindas desses homens para nos debruçarmos sobre as rainhas cantadas pela voz do Gama: D. Teresa, D. Maria, D. Inês e D. Leonor. Pretende-se, assim, apontar aspectos do feminino a partir das personagens, bem como o tema amoroso que perpassa a temática e seus problemas, já verificados em resultados parciais, como uma lógica política que influencia tais representações do feminino narrado.
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