IDENTIDADE E RITMO: CONFLITO E TENSÕES NOS POEMAS DO TUNTÚN DE PASA Y GRIFERÍA (1937) DE LUIS PALÉS MATOS
Resumo
A situação da ilha de Porto Rico, como um ELA - Estado livre associado dos Estados Unidos no Caribe hispânico, é complexa em vários aspectos: econômico, político, religioso e linguístico. Disso decorre o fato de que, ainda hoje, os porto riquenhos convivem entre duas culturas que representam o passado e o presente da ilha, ou seja, a antiga instituição colonial espanhola e aquela que cumpre um papel semelhante, a norte-americana. Partindo desse cenário conflitivo, o livro de poemas Tuntún de Pasa y Grifería surge como um objeto estético que atravessa a tradição poética e que reivindica um passado, no qual a oralidade ocuparia o mesmo espaço das “belas letras” do século XIX. Dessa forma, os poemas que compõem esse livro apontam para uma estética de vanguarda preocupada com a subversão dos elementos poéticos, mas também com a palavra poética por parte de Palés. Portanto, o objetivo deste trabalho é abordar a identidade e o ritmo, sendo este um eixo central para pensar o processo de produção dos poemas afro antilhanos do poeta porto riquenho Luis Palés Matos. Nesse sentido, para a presente comunicação pretendo analisar alguns dos poemas desse livro, refletindo especialmente em torno da noção de ritmo, pois, por meio da relação de tensão dos versos que estão submetidos a uma estética da oralidade proposta por Palés, nota-se o conflito
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