O GÊNERO E A SEXUALIDADE DITOS PELA MÍDIA IMPRESSA NEOPENTECOSTAL: O EFEITO METAFÓRICO

Wellton da Silva de Fatima

Resumo


Inscrita no quadro teórico-metodológico da Análise de Discurso de linha francesa, mais especificamente aquela filiada aos domínios do conhecimento trabalhados por Michel Pêcheux (1969[2014]; 1975[1995]) na França e Eni Orlandi no Brasil (1987), esta pesquisa se dedica a apresentar resultados parciais do projeto de dissertação de mestrado a ser defendido no Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem da UFF versando sobre o discurso da/na mídia impressa religiosa neopentecostal, mais especificamente aquele materializado nas páginas do jornal Folha Universal da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Nesta etapa, que resultou no presente trabalho, à luz do conceito de efeito metafórico, tal como é trabalhado nos domínios teóricos da AD, percorremos a forma como o gênero e a sexualidade são ditos pelas páginas do supracitado jornal. Observamos as condições de produção, a relação que se estabelece com a memória, confrontando esses dizeres à existência de um interdiscurso. Destacamos, ainda, determinadas regularidades no que se refere à sintaxe, colocando em análise a autonomia relativa da língua no que se refere à sua ordem. Em nossos resultados parciais, temos compreendido que intervém nos dizeres da mídia impressa neopentecostal memórias ressoadas de três domínios discursivos: o médico, o jurídico e o religioso. Temos percebido, ainda, que o modo de dizer da mídia impressa confronta-se com condições de produção específicas da forma-sujeito atual e de uma determinada noção de direitos e deveres, nos quais atual uma política do silêncio (ORLANDI, 2007) que determina o modo de dizer o gênero e a sexualidade inscrevendo-o como mal dito.


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