INVESTIGAÇÕES SOBRE O CONCEITO DE RITMO NO PENSAMENTO DE CLAUDE ZILBERBERG
Resumo
RESUMO: O desenvolvimento da vertente tensiva da teoria semiótica do discurso tem contribuído para os estudos sobre o ritmo em diferentes semióticas. Por esse motivo, propomos investigar como o conceito de ritmo se desenvolve no pensamento de Claude Zilberberg, a partir da leitura de alguns dos seus principais trabalhos que o abordam (1990, 2001, 2006, 2010, 2011). Nosso objetivo é apontar os traços conceituais mais recorrentes nos textos de diferentes períodos, para observar em que medida eles não só corroboram a coerência do princípio teórico-metodológico, mas também sua abrangência aos planos da expressão e do conteúdo. Dessa sorte, temos em vista aquilo seria uma das mais significativas contribuições da tensiva que é a incorporação da dimensão afetiva (sensível/sensorial), pela grandeza designada intensidade, em oposição à extensidade, correspondente à dimensão inteligível: a primeira governa a segunda, e a junção de ambas resulta no espaço teórico chamado tensividade. Aliás, o encontro da intensidade com a extensidade determina a extensão ou os limites do campo de presença. Zilberberg (2011) vai afirmar que o ritmo é “motivo comum do ajuntamento da tonicidade (subdimensão da intensidade) com a temporalidade (subdimensão da extensidade)”, o que aparentemente pode remeter à noção mais difundida de ritmo, associada à distribuição de tempos fortes e fracos no tempo; mas ao apontá-lo “como instancia de conversão e sincronização das diferentes ordens sensoriais” (2011), ou situá-lo como uma espera (2010), o autor parece abrir caminho para se pensar a variação, a irregularidade, em suma, para além da métrica, da repetição, etc., ainda que seu conceito de ritmo apresente variantes e esteja diretamente vinculado à relação com o tempo, a duração.
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