“NÃO É PRECONCEITO, É SÓ A MINHA OPINIÃO”: A CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DA INTOLERÂNCIA NO FACEBOOK
Resumo
O Facebook, uma das maiores redes sociais do Brasil, reúne milhares de internautas que interagem diariamente em comentários e discussões em grupos, páginas e postagens. Nessa plataforma, a comunicação se tornou um fenômeno mais complexo, sendo possível que os sujeitos exponham suas opiniões (e/ou preconceitos) sob moldes de um status de verdade, sem que haja uma preocupação sobre os desdobramentos desta exposição – já que o anonimato é uma das características da internet. Com a complexidade discursiva da internet, sobretudo no Facebook, são recorrentes discussões e debates em publicações de páginas de jornais e revistas, como O Globo, Jornal Extra, entre outros, especialmente as que tratam de assuntos polêmicos, políticos e sobre violência. Nesses espaços, é comum encontrar discursos intolerantes e, ainda, observar um grande apoio – e até mesmo veneração – de determinados sujeitos a posicionamentos intolerantes de outros internautas. Sobre este fenômeno, desenvolvem-se duas hipóteses: a de que os discursos intolerantes apenas tornam-se mais acessíveis com as novas mídias do século XXI ou a de que a complexidade discursiva da internet colabora para a consolidação e proliferação desses discursos. O trabalho em tela visa a estudar o fenômeno dos discursos intolerantes no Facebook, levando em conta a complexidade discursiva na internet, além da construção desses discursos, muitas vezes organizadas sob moldes de mera “opinião” – recurso esse que é construído, muitas vezes, a partir de um julgamento preconceituoso inicial, que foi sancionado negativamente pelos sujeitos em rede. Em diálogo com teóricos e estudiosos fundamentais da Semiótica, como Greimas, Fontanille e Fiorin, e com semioticistas que já buscam estudar os discursos intolerantes na internet, como Diana Barros, é fundamental não somente definir o que são esses discursos – isto é, o que os caracterizam como, de fato, intolerantes –, como também compreender e analisar a forma como são construídos pelos sujeitos do mundo virtual.
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