RESISTÊNCIA E DISCURSO DO/SOBRE O CORPO TRANS
Resumo
Recentemente temos visto um boom de discussões acerca de identidade de gênero que abrem espaço para pensar as pessoas trans, sujeitos que não se identificam com o gênero o qual foram designados ao nascer. Dentro dessas discursivizações, observa-se que ainda há muito o que avançar uma vez que o Brasil é o país onde mais morrem sujeitos da população t, mas é, contraditoriamente, o lugar onde eles são mais fetichizados, esse fato é comprovado pelo número de buscas de materiais pornográficos desses sujeitos na rede. Além disso, existe também uma quantidade de políticos contrários aos direitos LGBTs e discursos conservadores em torno desses sujeitos na rede, tentando silenciar e deslegitimar a luta dessas pessoas. Portanto, este trabalho visa compreender melhor os discursos do/sobre transexuais, travestis e transgêneros, apresentando a minha proposta inicial de tese que tem como objetivos: a) analisar quais sentidos estão se sedimentando sobre esses corpos e como a mídia, produzindo o discurso sobre, favorece a cristalização de um imaginário sobre esses sujeitos; b) compreender a relação entre o corpo social e o corpo biológico nesses discursos e, c) observar como ocorrem as resistências nesses discursos e sua relação com a corporeidade e se elas podem representar uma fragmentação na forma-sujeito-capitalista. Para tanto, filio-me a Análise do Discurso de linha francesa, na qual o corpo é “o lugar material em que acontece a significação, lugar de inscrição, manifestação do grafismo. Pintura. Texto.” (ORLANDI, 2004, p. 121). Nessa teoria, ao pensar o corpo sob três pontos de vista, como lugar de observação do sujeito, objeto de investigação e ferramenta, categoria teórica, observa-se que a linguagem é constitutiva do sujeito, do corpo e do discurso. (FERREIRA, 2015) Dessa maneira, a resistência pode ser produzida no próprio corpo dos sujeitos a se identificarem como sujeitos-trans
PALAVRAS-CHAVE: Corpo, Sujeito-trans, Resistência.
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