RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: QUAL É O LUGAR DA DISCUSSÃO RACIAL NA AULA DE ESPANHOL?

Flavia Coutinho Ferreira Sampaio

Resumo


Discursos e práticas racistas fazem parte da realidade escolar e a aula de língua estrangeira não está isenta dessa problemática. Neste contexto, pretende-se discorrer, no presente trabalho, acerca de algumas reflexões pertinentes ao projeto de pesquisa de doutorado em Estudos da Linguagem, ainda em fase inicial, cujo objetivo é analisar de que maneira é tratada a temática racial na sala de aula de língua espanhola. Entendendo a língua com um poderoso fator de tensão política (BAGNO, 2011), ultrapassando a visão da linguagem como apenas um reflexo da sociedade e, sobretudo, compreendendo-a como parte intrínseca ao corpo social, é possível afirmar que preconceitos e estereótipos se constroem por meio da linguagem, logo será a partir dela que se dará sua desconstrução. Neste sentido, pretendemos analisar como professores de espanhol lidam com esta questão, visto que a língua é um dos principais meios, através dos quais as práticas racistas se materializam e se reproduzem. Partiremos de uma perspectiva glotopolítica, segundo a qual a ação de um falante diante de qualquer fato da linguagem é um ato político (GUESPIN e MARCELLESI, 1986). Assim, reconhecendo o professor como um agente glotopolítico, é pertinente refletir sobre nosso posicionamento diante dos preconceitos reproduzidos no ambiente escolar, já que, ao não questioná-los e optarmos pelo silenciamento, contribuímos com a manutenção do status quo.

PALAVRAS-CHAVE: Relações étnico-raciais; Língua Espanhola, Glotopolítica.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.