NOÇÕES DE TEMPO: UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR

Melina Célia e Souza

Resumo


Com base na Linguística Cognitiva (LANGACKER, 1991; DUQUE, 2015) e na Físico-Química (PRIGOGINE, 2011), este trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta interdisciplinar de compreensão da passagem do tempo, considerando-o unidirecional, irreversível e probabilístico. A fim de representar os domínios cognitivos em termos dos quais os significados são caracterizados como pertencentes à realidade, irrealidade ou realidade desconhecida, Langacker (op. cit.) propõe uma sequência de modelos cognitivos idealizados – modelo epistêmico básico, modelo epistêmico elaborado e modelo da linha do tempo –   que, como afirma o autor, podem representar “aspectos indissociáveis de uma única e elaborada concepção” (op. cit. 242). Ao associarmos, portanto, o modelo da linha do tempo ao modelo epistêmico elaborado, devemos também associar o futuro à não realidade, ou seja, o futuro é não conhecido e, dessa forma, só podemos a ele fazer referência por meio de afirmações probabilísticas. Consideramos, neste trabalho, que tal caráter probabilístico vai ao encontro do modelo apresentado por Prigogine (op. cit.) em sua Teoria da Flecha do Tempo, por meio da qual o autor propõe a irreversibilidade probabilística do tempo, cujo fluxo depende da atuação histórica de eventos. Sendo assim, propomos um modelo cognitivo de passagem do tempo que associa as visões de Prigogine às de Langacker, vinculando a não realidade às bifurcações possíveis encontradas na Flecha do Tempo e, portanto, o futuro a probabilidades de acontecimentos, e não a uma realidade determinística.

PALAVRAS-CHAVE: Linguística Cognitiva; tempo; modelos cognitivos idealizados.


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