MAFALDA: REFERENCIAÇÃO E SINCRETISMO, ENTRE O DESCRITIVO E O NARRATIVO
Resumo
As atividades de interpretação de texto são essenciais para o desenvolvimento não só da competência leitora, como também da capacidade reflexiva e crítica do leitor, fazendo com que este possa inferir sentidos a partir do contexto ao qual o texto está vinculado. O processo de leitura não é tão simples quanto parece, pois é preciso identificar a finalidade discursiva de um texto, tomado como ato de linguagem, para que se possa dar a ele unidade de sentido. A introdução de objetos de discurso, suas retomadas e a manipulação dos modos de organização narrativo e descritivo (em foco neste trabalho) propiciam não só a identificação de seres e de eventos, mas também a associação de ideias, o acionamento do conhecimento prévio e a avaliação das coisas do mundo, contribuindo para o processo inferencial do qual depende toda interpretação competente. Por isso, fundamentada pela Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, esta pesquisa visa a apresentar a definição de modos de organização do discurso versada por Charaudeau (2014), o conceito de referenciação, como proposta pela Linguística Textual (KOCH, 2010), e a relação de complementaridade que há entre as parcelas verbal e visual (SANTAELLA, 2012) nas tirinhas, além de procurar demonstrar a aplicabilidade desses conceitos na elaboração de atividades pedagógicas relacionadas à leitura. A “tirinha” da Mafalda, do cartunista argentino Quino, presente na pesquisa, foi utilizada como corpus para análise.
PALAVRAS-CHAVE: interpretação, leitura, verbo-visualidade.
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