A CRIANÇA E SEU “DESAJEITADO TATEAR” EM PRIMEIRAS ESTÓRIAS, DE JOÃO GUIMARÃES ROSA.
Resumo
As Primeiras estórias, de João Guimarães Rosa, privilegiam personagens que comumente são colocados à margem ou que não ocupam lugar de destaque nas narrativas: os loucos, ou aqueles que vivem situações consideradas pelos demais como loucura, e as crianças. Pretende-se nesta comunicação voltar à atenção para este segundo grupo, que sempre gerou opiniões diversas ao longo de toda a história: as crianças, que nos contos de Rosa, de acordo com Benedito Nunes (2013), são seres de extrema perspicácia e aguda sensibilidade. Nos contos de Primeiras estórias em que as crianças ocupam o centro da narrativa, Rosa lança mão do suposto não saber da criança e de seu “desajeitado tatear” para introduzir questionamentos extremamente filosóficos e poéticos. Dotados de um olhar extremamente singular, as crianças refletem sobre as relações humanas entre si e com os demais seres da natureza, apontando para um saber que os adultos foram considerando de menor importância ao longo de seu crescimento. Assim, faremos uma análise de alguns contos destacando o ponto de vista da criança como elemento fundamental para a construção da narrativa e como este ponto de vista questiona e problematiza as relações humanas.
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