CARTA DE CAMINHA: CONTATO LINGUÍSTICO E A CHEGADA DO LATIM NO BRASIL
Resumo
O principal objetivo do nosso trabalho é analisar, a partir da historiografia da linguística, o contexto cultural do mundo lusófono à época das Navegações e dos Descobrimentos, e a construção social e política da Língua Portuguesa com a chegada da Língua Latina no processo de contato linguístico no Brasil quinhentista. Buscamos analisar as implicações político-ideológicas na formação do Brasil, tendo por texto a ser estudado a Carta de Pero Vaz de Caminha, primeiro e importante documento registrado em Língua Portuguesa nas Américas. Dessa forma, escolhemos como corpus a obra filológica de Jaime Cortesão, A Carta de Pero Vaz de Caminha (1967). Tendo por objeto de estudo o trabalho filológico de Jaime Cortesão com a Carta e o próprio manuscrito datado de 1500 e digitalizado pela equipe do Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT) em Évora, dividimos nosso trabalho em duas partes: uma externa e outra interna. Por se tratar de um trabalho teórico-metodológico de objeto bibliográfico com um estudo reflexivo, optamos pela abordagem qualitativa. Dado isso, fomos buscar nos estudos filológicos e na Historiografia da Linguística um aparato teórico, com a finalidade de apresentarmos como Jaime Cortesão reconstituiu e esclareceu aspectos relevantes da Carta. Na análise interna, buscamos estabelecer uma ligação entre o documento de 1500, seu contexto de produção e recepção pelas mudanças linguísticas em perspectiva de contato no século XVI. Para isso, partimos de uma análise de descrição da tentativa de contato linguístico, entre portugueses e indígenas, sem a compreensão mútua da fala. Como um dos resultados obtidos de nossa pesquisa, analisamos as 2 primeiras missas, que foram celebradas em Língua Latina pelo Frei Henrique de Coimbra, e apontamos aspectos concernentes ao contato linguístico sem fala que explicamos sob a égide dos pressupostos da Ecolinguística.
PALAVRAS-CHAVE: Carta de Caminha, Contato Linguístico, Historiografia da Linguística, Jaime Cortesão.
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PDFReferências
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