A configuração da perspectivação conceptual (objetividade/subjetividade) em construções modais deônticas

Dayane Alves Wiedemer

Resumo


Tendo como base teórico-metodológica a Linguística Cognitiva, principalmente, no que concerne ao processo de conceptualização (conforme LANGACKER, 2008), neste artigo, discutimos os resultados da análise do processo de perspectivação conceptual (subjetividade/objetividade) da construção subjetiva composta por [verboser + predicativopreciso [oração completiva subjetiva]], que é uma estrutura linguística relacionada à modalidade deôntica, procurando evidenciar a relação que se estabelece entre sujeito observador/conceptualizador e objeto observado/conceptualizado nessas construções. Para isso, analisamos discursos e votações extraídos do site da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Os resultados indicam que o uso do infinitivo na oração completiva subjetiva marca maior subjetividade em relação aos outros usos, já que o falante opta por se manter “fora de cena” sem especificar um trajetor. Com o contraste feito na construção do seu discurso, a perspectivação passar de objetiva para subjetiva, tendo assim o processo chamado de subjetificação. Já o uso do infinitivo flexionado confere maior perspectivação objetiva, onde, o conceptualizador se inclui no trajetor, sendo foco da construção. A forma verbal finita e sujeito preenchido marcam que o conceptualizador não possui domínio sobre o marco, pois, nesse momento, o conceptualizador observa a cena atribuindo a obrigação, oriunda da modalidade deôntica, à outra pessoa. Então, nota-se maior objetividade em relação ao evento, mas também se nota subjetividade por parte do conceptualizador. Por fim, a forma verbal finita sem preenchimento do sujeito é indicativa que não há foco no trajetor e sim no marco.


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