OS UOS DO “MAS QUANDO” PARAENSE
Resumo
RESUMO: O presente artigo tem por objetivo apresentar um recorte da dissertação de Reis (2018) que traz uma análise sobre os usos funcionais de “mas quando” falados em determinadas regiões do estado do Pará. Esses usos são encontrados em contextos de falas coloquiais e, principalmente, em diálogos. No decorrer da pesquisa, por meio da análise de dados, destacamos três usos de “mas quando”: USO 1 [mas] [quando], USO 2 [mas [quando]] e USO 3 [mas quando]. No USO 1 encontramos a ocorrência que podemos chamar de uso original, comum ou basilar aos falantes da língua portuguesa no Brasil, em que o “mas” apresenta sua função de conjunção adversativa prototípica juntamente com o “quando” que possui valor de conjunção temporal também prototípica. Entretanto, passamos a observar outros usos diversos do uso comum e a eles chamamos de USO 2 e 3. No USO 2, há o destaque para um significado ambíguo ou híbrido e, no USO 3, há a expressão paraense com significado negativo ou opositivo, não comum na língua portuguesa para falantes fora do estado do Pará. Deve-se ressaltar que foram encontradas 56 ocorrências de “mas quando” envolvendo os 3 (três) usos e que, numa análise quantitativa, temos: 23,21% de dados do USO 1; 12,50% de dados do USO 2 e 64,29% de dados do USO 3. Os corpora escolhidos para este trabalho são compostos por: i) sentenças extraídas de narrativas orais amazônicas do acervo do Projeto de Pesquisa e Extensão, o IFNOPAP (O Imaginário nas Formas de Narrativas Orais Populares da Amazônia Paraense); (ii) Áudios em que informantes da ilha de Breves, localizada no Arquipélago do Marajó, ao extremo Norte do estado do Pará, narravam histórias ditas fantásticas do imaginário daquele lugar; (iii) Recortes de conversas dos aplicativos de Mensagens Instantâneas (MIs) WhatsApp e Messenger; e (iv) Postagens feitas na rede social Facebook. Estamos diante de um estudo funcionalista, que versa analisar a polissemia linguística de “mas quando” no falar paraense, tendo em vista que o uso 3, o mais frequente, apresenta o sentido negativo e opositivo ao tornar-se um chunking sequencial, segundo Bybee (2010).
PALAVRAS-CHAVE: Usos funcionais, expressão paraense, estudo funcionalista.
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PDFReferências
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