FANTÁSTICO À BRASILEIRA: O GÊNERO FANTÁSTICO NO BRASIL

Karla Menezes Lopesniels

Resumo


Grande parte dos estudiosos do gênero fantástico no Brasil consideram os contos de Noite na taverna e o drama Macário, de Álvares de Azevedo, como aqueles que inauguram uma produção fantástica no âmbito da literatura brasileira, embora seus contos não correspondam plenamente às principais teorias do gênero. Fantásticos ou não, o fato é que a publicação da obra ensejou uma série de narrativas que, em algum momento, foram igualmente consideradas como fantásticas, embora enfrentem o mesmo problema de enquadramento teórico. Diante disso, surge a questão: o que se entende, no Brasil, por literatura fantástica? A resposta a essa questão poderá levar a uma segunda: há um “fantástico à brasileira”? Se sim, quais são as características desse gênero nas letras nacionais? Quais são os autores que o praticaram e o praticam? Nossa hipótese, baseada nas observações feitas às críticas recebidas por Noite na taverna, é a de que o termo “fantástico” é usado sem nenhuma precisão conceitual, às vezes como sinônimo de mirabolante. Se estivermos corretos, a imprecisão das nomenclaturas – gênero fantástico, modo fantástico, fantasia, horror, terror, gótico, etc – pode ter dificultado a percepção das particularidades desse tipo de literatura no Brasil. O presente trabalho pretende, portanto, a partir da consideração de alguns aspectos da literatura fantástica brasileira e de algumas teorias do gênero, demostrar que desde o século XIX temos tido a prática do gênero, desde de contos de Álvares de Azevedo até a produção contemporânea de Flávio Carneiro, Rubens Figueiredo e Bráulio Tavares.

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