MAPEAMENTOS EM UMA CARTA DE ACONSELHAMENTO NÃO-PROTOTÍPICA

Claudia Valeria Vieira Nunes Faria

Resumo


O presente trabalho teve como objetivo estabelecer uma comparação entre dois textos pertencentes ao gênero textual “carta de aconselhamento”, e que, apresentando características diferentes, poderiam ser classificados como prototípico e não-prototípico, respectivamente; de acordo com a noção de prototipicalidade de Rosch (1973). A principal diferença parece estar na construção, por parte do autor do texto-conselho do segundo exemplo, de novos enquadres (frames) para a situação apresentada utilizando conceitos como viagem, jogos, sonhos, tempo. O leitor deverá recuperar cognitivamente os novos cenários sob os quais a situação passa a ser analisada e, ao fazê-lo, poderá ser capaz de visualizar eventuais soluções para o problema trazido pela consulente na forma do texto-consulta. Esse procedimento cognitivo faz com que a maneira de aconselhar do autor do texto não-prototípico se aproxime de um importante pressuposto da Linguística Cognitiva – o de que a linguagem constrói o real. Além disso, o exercício de associação dos conceitos do texto não-prototípico, como em um jogo de quebra-cabeças, pode oferecer ao leitor o entretenimento e a fruição que o suporte do referido texto tem como objetivo – o entretenimento.  Outra diferença marcante foi o tamanho dos textos, ou seja, o texto não-prototípico é consideravelmente maior do que o texto considerado prototípico e essa diferença pode apontar para a construção, por parte do consultor, de um texto que, ao se distanciar das características próprias de uma carta de aconselhamento, parece se aproximar de textos que se filiam ao gênero textual “crônica”.


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