MODOS DE NARRAR, MODOS DE REVELAR: REPRESENTAÇÕES DO UNIVERSO POLÍTICO EM NUMA E A NINFA, DE LIMA BARRETO

Patrícia Bastos Rocha

Resumo


O objetivo inicial desta pesquisa é, a partir das formulações teóricas de Mikhail Bakhtin, analisar o romance Numa e Ninfa, de Lima Barreto, publicado inicialmente em folhetim em 1915, no intuito de compreender como o escritor carioca, a partir do discurso literário, empreende uma crítica significativa às forças políticas majoritárias presentes em seu tempo. As concepções de discurso de Mikhail Bakhtin são a principal orientação teórico-metodológica desta pesquisa. Além deste pensador, valho-me dos trabalhos do biógrafo Francisco de Assis Barbosa, em A vida de Lima Barreto, do pesquisador Brito Broca, em A vida literária no Brasil e Nikolau Sevcenko, com Literatura como missão - fundamentais para o início da compreensão das motivações críticas e literárias de Lima Barreto. O artigo revê questões a respeito da distinção entre autor-narrador e também observa a influência da cidade e da política na biografia do próprio Lima Barreto. Seja qual for a pauta de seus escritos, sejam eles romance, conto ou crônica, muitos trazem suas observações sobre o processo de modernização da urbe e também sobre a dimensão humana dos problemas que essa nova cidade passa a viver. Os resultados parciais da pesquisa que dá origem a este artigo apontam para o entendimento de que ironia, provocação e dissonância são a tônica para a realização do olhar crítico do narrador a respeito das figurações dos políticos, dos personagens que orbitam a cena política, bem como dos processos de modernização do Rio de Janeiro do início do século XX.

PALAVRAS-CHAVE: Lima Barreto, política, história, autor, narrador.

 


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