ANATOMIA DA RUÍNA: ANÁLISE DE UM CORPO FRAGMENTADO
Resumo
Se, por um lado, o conceito do “novo” se dá por meio do fluxo no tempo histórico e de sua continuidade, em uma perspectiva progressiva, que muitas vezes tende, na mimesis, à imitação, ou emulação, dos autores tidos como clássicos (LONGINO, 2005, p. 71), paradoxalmente, com o advento das vanguardas, houve uma revolução nesse tipo de pensamento e o que tinha um caráter positivo e contínuo, passou, dentre tantos, a partir do conceito de estranhamento (procedimento violento que singulariza a forma e nega a história) de Viktor Chklovski (CHKLOVSKI, 1971, p. 45), a tender a uma negatividade desoladora, que desvincularia o presente do passado em prol de um eterno projetar-se, assim, distanciando-se também daquilo que se pretende perceber ou entender. Tais posições díspares encabeçaram este resumo, porque, assim como na medicina, a homeostase é a parte da ciência que estuda os sistemas abertos, neste projeto serão analisadas algumas características do serdo tempo e do seu contrário, a eternidade, do ser da palavra e o que o leva à essência pura platônica; sendo considerados como estruturas abertas, esses elementos, para que se possa averiguar o romance Lapa, de Luís Martins, que, do mesmo modo que estas “passagens” ou “entre lugares” funcionam de forma cindida – dando margem tanto à positividade quanto à negatividade –, também no romance, as suas principais fissuras e incompletudes, referentes àsquestões temporais e aos ímpetos de sublimação, serão dissecadas de forma que se possa perceber o que faz do livro uma obra que resiste, ainda que fantasmaticamente, na literatura brasileira, e costurar-se-ão as possíveis fendas com a agulha da teoria. Para, por fim, um estudo clínico do romance martiniano supramencionado, este projeto vale-se dos seguintes autores: Longino, Benjamin, Chklovski, Didi-Huberman, Koselleck, Kristeva, Ricouer, entre outros; por debruçarem-se sobre o estudo da temporalidade.
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