STEFAN ZWEIG LÊ HONORÉ DE BALZAC - A RELAÇÃO BIÓGRAFO E BIOGRAFADO NA CONSTRUÇÃO DA NARRATIVA BIOGRÁFICA

Carlos Eduardo do Prado

Resumo


Esta comunicação analisará a biografia escrita sobre Balzac por Stefan Zweig, tendo como problemática principal a relação entre biografia e biografado e sua conexão com a vida retratada, bem como o espaço ficcional e seus conflitos existenciais. A biografia neste trabalho não será vista como simples reflexo, mas como o vazio a ser preenchido pela pena do autor. Percorreremos o caminho adotado pelo autor na construção do seu personagem e identificaremos os reflexos e as impressões originadas neste envolvente jogo de espelhos, bem como suas contribuições para a construção desta narrativa biográfica.

Na sua obra, Zweig distancia-se da simples enumeração cronológica de fatos ocorridos na vida do seu biografado, revisitando a vida de Balzac, interpretando-a e dando a ela novo sentido, manejando o (s) significado (s) da (s) experiência (s) vivida (s) pelo “outro”. Neste processo, o narrador é o elo fundamental entre o real e o ficcional e suas contribuições criativas são fundamentais para a construção do seu texto. Na arte de escrever e orquestrar as palavras, o personagem ganha vida, e criatura e criador se confundem à medida em que ambos se sobrepõem. A vida e a obra dos dois escritores são indissociáveis neste caso.

Neste romance biográfico publicado após a morte de Stefan Zweig, o autor austríaco proporciona ao leitor a possibilidade de participar desta evocação apaixonante e visceral do célebre escritor francês, responsável pela monumental Comédia Humana.

Adorado pelo público, foi ignorado em vida pelos colegas escritores e pela Academia Francesa de Letras, morrendo sozinho, tendo ao seu lado apenas sua mãe e seu amigo, o escritor francês mais famoso da sua época, Victor Hugo.

Sua vida foi um grande romance. E Stefan Zweig o comprova.


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