A PALAVRA POÉTICA EM RITMO VEGETAL: TRÊS “JARDINS” EM POESIA

Elisa Duque Neves dos Santos

Resumo


A partir do estudo sobre a relação poesia-ritmo-natureza-sagrado e um corpus de poemas que tratam de imagens que remetem a uma relação com o ambiente vegetal (de plantas, árvores, flores, jardins), em especial na poesia moderna e contemporânea, investigo interações rítmicas entre subjetividades humana e não humana. Desejo partir do conceito de ritmo biológico encontrado em Octavio Paz: ritmo portanto vivente, da interação/experiência da linguagem, do poeta (e do leitor) com o mundo e com o que qualificamos como natureza vegetal. Ademais, cabe investigar teorias do ritmo em que será fundamental a noção de engajamento de corpos, de forma que o poema também possa ser pensado como organismo em fluxo e resultante da dinâmica natureza-cultura, de forma que os poemas escolhidos (uma pequena anthologia[1]) evidenciem certo “tráfego” entre as dimensões humana e vegetal. Assim, o objetivo deste trabalho é o de se averiguar uma espécie de “genealogia” das imagens de natureza vegetal nessas produções poéticas de maneira a criar um traçado do cenário vegetal, indicando talvez uma gradual mudança de atitude – menos antropocêntrica – no questionamento poético do “vivente”, ou de uma possível proposta em que se observe a sobrevivência de certa atenção ao vegetal.


[1] Anthologia: A tese se propõe a selecionar um grupo de poemas que tenham imagens vegetais relevantes. Assim, interessa manter o arcaísmo do termo para remeter ao significado grego: “reunião de flores”.

 


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