A FRAGMENTAÇÃO DO SER QUE AMA EM CONTOS DO MAL ERRANTE

Luís Gustavo Gomes Lopes

Resumo


A obra de Maria Gabriela Llansol é conhecida por exigir muito de seu leitor. Complexa, com muitas rupturas e sem seguir uma linearidade, sua escrita se propõe a seguir não os moldes da narratividade, mas sim os da textualidade, termo criado pela autora para se referir a uma ruptura dos moldes tradicionais para a criação do romance. Esse conceito refere-se também à libertação da exigência de uma função da escrita de verdade e verossimilhança que, segundo ela, não deve ser o objetivo do dom poético.  Em “Contos do Mal Errante”, Llansol nos apresenta, através de 110 fragmentos,  o envolvimento amoroso entre Isabôl, Copérnico e Hadewijch, denominado por ela de “amor ímpar”. O romance acaba sendo o movimento de uma escrita fragmentária, com constantes avanços, retrocessos, confusões, caos e desorientação, o que causa estranhamento àquele que se propõe a lê-lo. Partindo do conceito de Eiras (2005) de que o fragmento corresponde à fragmentação de uma totalidade anteriormente erigida mas ao mesmo tempo  provido de continualidade e totalidade em si, o presente trabalho irá analisar os processos de fragmentação  pelos quais o Ser que ama passa na obra.


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