AUTOBIOGRAFIAS DE MULHERES NOS QUADRINHOS: AS GRAPHIC NOVELS COMO MEIO PARA NARRAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS FEMININAS

Maria Isabel Franco de Abreu Falcão

Resumo


As novelas gráficas, como se convencionou chamar em português, são um formato relativamente novo. Ao mesmo tempo em que podem ser vistas como um híbrido entre as artes visuais e a literatura, são também um meio único, com especificidades que as diferenciam de ambas as áreas. Enquanto o universo dos quadrinhos sempre foi um domínio tradicionalmente masculino, há hoje uma vasta presença feminina na produção de novelas gráficas autobiográficas. Esse meio, que pressupõe um modelo duplo de autonarração e autorrepresentação através do cruzamento de texto e imagem, tem se mostrado extremamente rico para que as mulheres tomem o papel de criadoras e objeto, relatando suas memórias e trazendo questões e experiências femininas que são frequentemente deixadas de fora quando autores homens constroem suas personagens. Esse trabalho pretende examinar e investigar as ferramentas que as novelas gráficas oferecem às autoras que escolhem esse formato para desenvolver suas obras autobiográficas, se utilizando de um corpus de três livros publicados nos últimos 20 anos (Fun Home, de Alison Bechdel, Persepolis, de Marjane Satrapi e Need More Love, de Aline Kominsky-Crumb). Para essa análise, nós levaremos em conta os questionamentos acerca da autoria feminina e da representação da mulher; noções gerais acerca da autobiografia e autoficção (Phillipe Lejeune, Eurídice Figueiredo, Leonor Arfuch) e da teoria dos quadrinhos e das novelas gráficas (Santiago García, Hillary Chute); além de estudos mais específicos sobre as autobiografias em quadrinhos, ou graphic memoirs (Elisabeth El Refaie).

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