HISTÓRIA DECADENTE: AS INVESTIGAÇÕES KAFKIANAS E A SEGUNDA EXTEMPORÂNEA

Gabriel Alonso Guimarães

Resumo


A relação entre Franz Kafka e Friedrich Nietzsche já foi pesquisada inúmeras vezes, por variados aspectos. Tendo sido leitor do filósofo, é natural que Kafka tenha, em suas obras, aludido a conceitos e formulações de seu antecessor (e, de certo modo, contemporâneo). Nossa intenção é dar continuidade a essa tradição investigativa, em especial num ponto: a questão da história e do tempo histórico. Apesar de a obra – literária e autobiográfica – de Kafka raramente se referir a acontecimentos particulares e parecer estar, na abordagem de suas temáticas, completamente absorta do seu contexto, há em muitos de seus textos uma sensível reflexão acerca da passagem do tempo, em especial na relação entre as gerações. Como nos parece, aqui também se encontra respaldado aquele que é o tópico de nossa pesquisa de doutorado: o ceticismo convivial de Kafka. Há, por conta disso, uma singular visão melancólica acerca da história e do peso do passado para as gerações mais jovens, algo que se resume na expressão do protagonista das Investigações de um cão: “eu vejo somente decadência”. A partir de um contraste entre as visões de Nietzsche – em especial, a partir da Segunda Extemporânea (1874) – com a citada obra kafkiana, tentaremos formular uma teoria da história no autor tcheco, com um olhar atento à questão do convívio nessa passagem (aqui, temporal).


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