DIZERES QUE DESLIZAM: UMA ABORDAGEM DISCURSIVA SOBRE O BAIRRO

Diane Mageste dos Santos

Resumo


Nosso trabalho propõe compreender o bairro pelo discurso. Entendemos que o corpo dos sujeitos e o corpo da cidade formam um, que processos de transformação de infraestrutura ou a falta destes interferem no sujeito concomitante à forma como o sujeito produz sentidos e se identifica, significando também seu território, a sociedade, a história. Recortamos duas reportagens jornalísticas que circularam na mídia em 2015 falando sobre Jardim Catarina. Uma funciona como cobradora de melhorias: a jornalista vai até o “bairro onde os moradores sofrem sempre que precisam sair de casa”. A outra é uma notícia e tem por objetivo informar o cidadão sobre uma operação “na comunidade Jardim Catarina, em SG”. Considerando o equívoco como constitutivo da língua, bem como as relações de paráfrase e polissemia, propomos pensar o efeito metafórico de “bairro” para “comunidade”, de um local esquecido onde sofredores que pagam impostos reclamam por direitos em prol da comunidade, carente de serviços. O que já foi dito sobre bairro e sobre comunidade em diferentes condições de circulação significam, trazem uma memória, ao dizer comunidade, não se diz favela, por exemplo – outro dizer que comparece.

 

PALAVRAS-CHAVE: análise de discurso, bairro, urbano, deslizamento.

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