RECORTE DE UMA ANÁLISE DISCURSIVA SOBRE O ESTRANGEIRO NO LUGAR DO REFUGIADO E O ACOLHIMENTO NO RIO DE JANEIRO

Sabrina Sant'Anna Rizental

Resumo


O seminário “Vozes do Refúgio: Dados Globais, Olhares Locais” que marcou as celebrações do Dia Mundial do Refugiado 2016, deu voz aos imigrantes e a oportunidade de contar um pouco de sua história e de experiências vividas no Brasil. O evento foi realizado num espaço que tem como objetivo fundamental propor o engajamento dos visitantes à ideia de que o Amanhã tem início neste momento, a partir de nossas escolhas e de nossa ação no presente, no dia de hoje. Pensar o amanhã é pensar os movimentos, os deslocamentos crescentes hoje. Seguindo este raciocínio, testemunhamos um aumento contínuo do número de solicitações de refúgio no Brasil, de acordo com os dados registrados pelo ACNUR e pelo CONARE, mas os imigrantes refugiados seguem incitando sentidos estereotipados, gerados por formações imaginárias que retomam o já dito sobre esse Outro que incomoda e ameaça. Orlandi diz que em relação às formações imaginárias e seus fatores “devemos lembrar a ilusão subjetiva que é constitutiva do sujeito falante [...] que acredita ser a fonte exclusiva do seu discurso quando, na verdade, o seu dizer nasce em outros discursos” (ORLANDI, 2009, p. 158). Dando continuidade à reflexão proposta nesta pesquisa, observaremos os discursos que emergem na recepção desses estrangeiros no Rio de Janeiro e para isso utilizaremos como materialidade recortes de proferimentos de imigrantes refugiados, bem como da apresentação institucional da Cáritas RJ. À luz da Análise do Discurso Francesa e de autores que dialoguem com esta teoria, o objetivo principal deste trabalho é problematizar a chegada do estrangeiro no lugar do refugiado e o acolhimento proposto pelas instituições, sob os efeitos de sentidos produzidos pelos olhares locais.

 

Palavras-chave: Imigrante Refugiado, Discurso, Visibilidade, Acolhimento.

 


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