ONDE MAIS TE VÊS É LÁ QUE MAIS TE DIZ: UM ESTUDO DO NARRADOR EM OS PAPÉIS DO INGLÊS, DE RUY DUARTE DE CARVALHO, E NOVE NOITES, DE BERNARDO CARVALHO

Juliana Campos Alvernaz

Resumo


Pretende-se, neste artigo, trazer um resumo de minha dissertação de mestrado, defendida em março de 2018, na Universidade Federal Fluminense (UFF), sob a orientação da professora Anita Martins Rodrigues de Moraes. A partir de uma moldura de análise comparatista que considera as relações Sul-Sul, este trabalho busca analisar a obra Os papéis do inglês – primeiro volume da trilogia Os filhos de Próspero, composta também por As paisagens propícias e A terceira metade – do escritor angolano Ruy Duarte de Carvalho, em comparação com o romance Nove noites, do brasileiro Bernardo Carvalho. Os dois romances constroem-se por mecanismos literários semelhantes que instauram encenações da escrita e boicotes da dimensão referencial por meio de três vieses: autoficção, elementos de etnografia e paródia do romance policial. Isto posto, será analisada a configuração do narrador nas obras, considerando sua plasticidade e deslocamentos entre o narrador-autor, o narrador-etnográfico e o narrador-detetive. A ênfase da pesquisa, portanto, está na comparação dos narradores das obras e nas estratégias de composição narrativa, as quais se tornam relevantes não só para pensar aspectos estéticos, mas também para refletir sobre as representações do “Eu” e do “Outro” que atravessam as duas obras.

 


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