O SENTIMENTO DE LAR PARA O COLONIZADOR PORTUGUÊS

Cinthia da Silva Belonia

Resumo


Lar é diferente de casa. Enquanto este é construção, o primeiro é pertencimento. Tal conceito pode ser construído a partir do quadro referencial do espaço privado e também do espaço público. Lar também pode ser definido no espaço por poder ser mais facilmente associado a alguns lugares do que a outros. Para o conceito de lar o enraizamento é vital. “Entre migrantes, refugiados e viajantes a noção de lar é negociada na dinâmica das restrições e possibilidades associadas a diferentes locais: ao contrário do apego ao aqui e ao lá, o lar é concebido como pertencendo a mais de uma localidade simultaneamente” (SILVA, 2016, p. 39). Partindo do princípio de que o colono é também um emigrante, pretendemos abordar nesse trabalho o sentimento de pertença do colono português que escolheu permanecer em solo moçambicano após a independência do país, comparando com o colono que precisou ir embora, mesmo não sendo por escolha própria. Para o primeiro caso selecionamos o personagem Costa do romance Crónica da Rua 513.2 do escritor e historiador moçambicano João Paulo Borges Coelho. Já para o segundo colono selecionamos a narradora, também personagem do romance Caderno de memórias coloniais da escritora portuguesa Isabela Figueiredo. Nesta analise, convocamos Stuart Hall para dialogar pertencimento e identidade na pós-modernidade, dentre outros artigos sobre o tema.


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