SOBRE OS OBJETOS E AS COISAS EM LOURENÇO MUTARELLI

André Ricardo Vilela

Resumo


No contexto do capitalismo tardio, em que tudo é subsumido ao ímpeto homogeneizador da sociedade de mercado, todas as coisas dotadas de conteúdo afetivo são reduzidas à categoria de meros objetos. Tendo como material de análise a literatura de Lourenço Mutarelli, principalmente seu romance O cheiro do ralo, percebemos que suas narrativas funcionam como uma grande alegoria ao que se tornaram as relações humanas; ou seja, não é mais com suas histórias, suas personalidades e individualidades que os seres se deparam em seus vínculos, mas com seus preços no mercado. Nesse contexto, ocorre a coisificação das pessoas e a humanização das coisas, através do que Marx conceituou como fetichismo da mercadoria. Dessa maneira, procuramos entender como o autor critica essa sociedade comercializada, monetarizada e altamente mercantilizada, em que há a objetificação de singularidades das coisas, das pessoas e das relações, tornando-se árduo o retorno à dimensão não objetal.

 


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