REPRESENTAÇÕES DO CORPO FEMININO NAS OBRAS NIKETCHE: UMA HISTÓRIA DE AMOR E POLIGAMIA E O ALEGRE CANTO DA PERDIZ, DE PAULINA CHIZIANE

Mary Jane Hilario da Silva

Resumo


RESUMO: O presente estudo objetiva evidenciar as representações do corpo feminino em duas obras da autora moçambicana Paulina Chiziane: Niketche: uma história de amor e poligamia e O alegre canto da perdiz. A referida autora suscita em seus escritos literários diversas reflexões acerca da condição feminina no seu país, nos períodos colonial e pós-colonial, à medida que denuncia a subalternidade conferida à mulher moçambicana numa sociedade estruturada numa tradição predominantemente patriarcal. Nesse sentido, buscou-se nesses espaços narrativos discutir e analisar como as marcas dessa submissão se refletem no corpo e na sexualidade das personagens femininas dos romances em questão. O enfoque deste estudo se atentou também em discutir e analisar o próprio olhar das personagens femininas acerca de seus corpos tomando-os como local de inscrições culturais, políticas e sociais da conjuntura em que estão inseridas. Para tais discussões e reflexões acerca do corpo feminino e questões de gênero, de sexualidade e de raça, utilizaremos como arcabouço teórico estudos de Francisco Noa, Gayatri Spivak, Pierre Bordieu e Thomas Bonicci.


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Referências


BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Tradução Maria Helena Kühner. 4ª edição. Rio de Janeiro: BestBolso, 2017.

BONNICI, Thomas. O pós-colonialismo e a literatura: estratégias de leitura. 2ª ed. Maringá: Eduem, 2012.

CHIZIANE, Paulina. Eu, Mulher... Por uma nova visão do mundo. Moçambique: UNESCO, 1994.

_________Niketche: uma história de poligamia. Companhia das Letras: São Paulo, 2004.

_________O Alegre canto da perdiz. Porto Alegre: Dublinense, 2018

MIRANDA, Maria Geralda de. & SECCO, Carmen Lucia Tindó. Paulina Chiziane. Vozes e rostos femininos de Moçambique. Curitiba: Editora Appris, 2013.

NOA, Francisco. Império, Mito e Miopia - Moçambique como invenção literária. São Paulo: Kapulana, 2015.

SPIVAK, Gayatri C. Pode o subalterno falar?.Tradução Sandra Regina Goulart Almeida et al. Belo Horizonte: UFMG, 2010.


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