OS CURSOS DE VIDA ESTABELECIDOS PELO NEOLIBERALISMO E OS NÍVEIS DE PERTINÊNCIA DE UM ‘DAILY VLOG’ NO YOUTUBE

Marcos da Veiga Kalil Filho

Resumo


As formas de vida e os níveis de pertinência, propostos por Fontanille (2015), se constituem em importantes instrumentos da expansão do projeto semiótico, deixado por Greimas, na direção de objetos que demandam do semioticista a análise da corporeidade, das práticas e, até mesmo, de modos estáveis de enunciar adstritos a um caldo cultural. Nesse sentido, o presente trabalho propõe a forma de vida do sujeito neoliberal, com base na provocação de Casara (2017) acerca da urgente necessidade de se “compreender a razão neoliberal” (p. 56), como um “modo de ser-no-mundo”, mais do que uma doutrina econômica. Dessa forma, uma forma de vida neoliberal pode ser descrita pela semiótica discursiva como um modo estável de enunciar, o qual propõe “papéis e temas” (FONTANILLE, 2016b) aos níveis condensados. Como corpus, debruça-se sobre os daily vloggers, indivíduos que vivem de filmar as próprias vidas e publicar em canais no Youtube e outras redes sociais, se enunciam como pessoas que abandonaram os meandros tradicionais do trabalho para seguir o “caminho da felicidade”, de “se fazer o que gosta”. Negam a formação acadêmica, a carteira assinada, entre outras manifestações culturais ortodoxas do cotidiano e da vida. Ao analisar o canal “Isabella e Felipe”, pôde se começar a observar a hibridação de regimes de crença e outras estratégias relativas à forma de vida neoliberal.


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