CONSTRUÇÃO DO DISCURSO HOMOFÓBICO EM REDES SOCIAIS

Karlla Gavazzoni-Melo

Resumo


Uma das redes sociais com maior popularidade atualmente, de acordo com dados da Pesquisa Brasileira de Mídia 2016, é o Facebook, motivo pelo qual foi escolhido como veículo de análise deste artigo. Nessa plataforma, a comunicação se tornou um fenômeno mais complexo, tendo em vista as possibilidades comunicativas diversas: é possível conversar via chat, um espaço que simula a interação face a face; criar e compartilhar informações em postagens, possuindo a ferramenta de autoedição textual para alterá-las ao bel-prazer do usuário, além das ferramentas de privacidade, dando ao internauta poder sobre sua imagem. É possível, portanto, que os sujeitos exponham suas opiniões sob moldes de um status de verdade, sem que haja uma preocupação sobre os desdobramentos desta exposição – já que o anonimato é um dos efeitos da interação na internet. Com essas possibilidades interativas, são recorrentes discussões e debates em publicações de páginas de jornais, como O Globo, Jornal Extra e Estadão, especialmente sobre conteúdos que trazem assuntos polêmicos, acontecimentos políticos e crimes violentos. Nos comentários das chamadas publicitárias desses espaços – que constituem o corpus deste trabalho – observamos a emergência da intolerância. A partir da Semiótica de linha francesa, estudaremos o fenômeno dos discursos intolerantes associados à temática da homofobia – discursos esses que são caracterizados por um processo semiótico de significação que veicula marcas textuais para a identificação da intolerância no plano de conteúdo dos textos – no Facebook, levando em conta a complexidade discursiva na internet e o caráter passional dos discursos intolerantes, além do modo como esses discursos são construídos.

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Referências


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