A INTERNACIONALIZAÇÃO DOS INSTITUTOS FEDERAIS E O SEU IMPACTO NO TRABALHO DO PROFESSOR DE INGLÊS: PERSPECTIVAS GLOBAIS E DESAFIOS LOCAIS

Resumo

Partindo do global para o local, este texto busca tecer algumas reflexões acerca do processo de internacionalização dos Institutos Federais (IF), focalizando, em especial, o seu impacto no trabalho do professor de inglês que atua no IFFLUMINENSE. Essa proposta faz parte de questões mais amplas a serem discutidas por meio do meu projeto de Tese de doutoramento, em desenvolvimento junto ao Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem da UFF, com o título provisório “Do global ao local: uma análise discursiva dos impactos da internacionalização no trabalho dos professores de línguas adicionais em um Instituto Federal”. Como lente de investigação, busca-se conjugar a abordagem do ciclo de políticas (BALL, 1994, 2001; MAINARDES, 2006) com uma perspectiva discursivo-dialógica. A primeira, com o intuito de problematizar qual o papel a ser exercido pelo professor no bojo desse processo, enquanto um propositor de políticas linguísticas para a internacionalização. No que tange ao aspecto discursivo-dialógico, com enfoque, particularmente, na sociologia do discurso do Círculo de Bakhtin, observa-se de que maneira o elemento expressividade (BAKHTIN, 2016; VOLÓCHINOV, 2017) se manifesta em enunciados que contribuem para a construção de sentidos sobre internacionalização e ensino de língua adicional (LA) em um documento específico (FORINTER, 2009), ainda que não definitivo. Assume-se que, por meio do atravessamento discursivo materializado nos enunciados postos em circulação nesse documento, se torna possível compreender em que consiste o trabalho do professor de inglês para atuar em um contexto multicampi, pluricurricular, com diversos itinerários formativos, em tempos de internacionalização. Os resultados têm sinalizado para a necessidade de se fomentar uma discussão mais aprofundada sobre o papel do professor de LA como um formulador de políticas, que deem conta de romper com as contradições do mundo globalizado, aceitando, pois, o desafio de se construir uma política linguística para a internacionalização dessas escolas afinada aos arranjos produtivos locais.